Ao avaliar o cenário brasileiro, nota-se o papel que os negócios locais têm em nosso dia a dia: a quitanda da esquina, a padaria, o mercado do bairro, o barzinho do fim de semana. Todos esses negócios são pequenos do ponto de vista de tamanho, mas têm importância fundamental na vida das pessoas que vivem próximas.
Nesse conteúdo, queremos destacar dados e a importância das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), as quais dominam o mercado brasileiro e contribuem significativamente para o PIB. Sua importância é tamanha que no dia 27 de junho, comemora-se internacionalmente o Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas, com o objetivo de evidenciar a importância que apresentam de forma local e global.
Diferenças entre os tipos de empresa
Para diferenciar a classificação das empresas, há duas formas: pela quantidade de colaboradores ou pelo faturamento.
Número de colaboradores
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica por número de colaboradores, dividindo em indústria e comércio/serviços:
Indústria:
- Micro: com até 19 empregados
- Pequena: de 20 a 99 empregados
- Média: 100 a 499 empregados
- Grande: mais de 500 empregados
Comércio e Serviços:
- Micro: até 9 empregados
- Pequena: de 10 a 49 empregados
- Média: de 50 a 99 empregados
- Grande: mais de 100 empregados
Faturamento da empresa
Outra forma de avaliar o porte é através do faturamento, classificado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
- Microempresa – Menor ou igual R$ 360 mil
- Pequena Empresa – Maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 4,8 milhões
- Média Empresa – Maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões
- Grande Empresa – Maior que R$ 300 milhões.
Cenário brasileiro
Representação
O número de micro empresas vem aumentando ao longo dos últimos anos, mesmo com a pandemia. Em 2021, tivemos um número recorde de abertura de pequenos empreendimentos: 3,9 milhões. Desses, 80% são Microempreendedor Individual (MEI) e 17,35% são Microempresas.
A representação no país também é significativa: conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as Pequenas e Médias (PME) representam 99% das empresas existentes, sendo responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB). Assim, percebemos a tamanha importância e representação dos negócios locais.
Geração de emprego
Dominando o mercado e gerando parcela significativa no PIB, os pequenos negócios também são ótimos geradores de empregos. Conforme o levantamento feito pelo Sebrae com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de janeiro a abril de 2022, as Micro e Pequenas (MPE) representaram 76% das novas vagas de emprego no país, sendo um total de 585,56 mil vagas. Esse patamar foi registrado em janeiro deste ano e conta com um histórico de 15 meses seguidos, com média mensal sempre superior a 70% de participação na criação de novas vagas. Além disso, os pequenos negócios também representam 62% dos empregos de carteira assinada no Brasil.
O setor com maior abertura de vagas é o de serviços, e em seguida, comércio e indústria, respectivamente. Conforme o Sebrae, esse crescimento aconteceu devido a reabertura da economia pós vacinação.
Pequenos negócios e as novas formas de trabalho
Com as mudanças que estão ocorrendo em relação ao trabalho nos últimos tempos, especialmente aos “novos modelos” como o remoto e híbrido, os pequenos negócios também precisam se adaptar a esse cenário.
Conforme a pesquisa “Impacto da Covid-19 na cultura e operação das PMEs brasileiras”, realizada pela Edelman em parceria com a Microsoft, entre setembro e outubro de 2021, 47% das Pequenas e Médias empresas estão trabalhando no modelo híbrido, 38% no presencial e 15% no remoto.
Em relação ao uso de tecnologia, 93% das empresas disseram ter acelerado o processo de transformação digital desde o início da pandemia. Apesar disso, a adaptação às novas formas de trabalho ocasionadas pela pandemia teve alguns obstáculos, como a conexão com internet, infraestrutura e cibersegurança. A pesquisa também aponta que 4 em cada 10 empresas investiram em tecnologia e continuarão investindo nos próximos meses e ainda que alguns processos foram mudados devido a tecnologia, como os recrutamentos de colaboradores.
Ou seja, a adaptação às novas formas de trabalho exigiram uma série de mudanças e adaptações para as empresas, especialmente relacionadas à tecnologia, mas surtiram bons efeitos ao ponto de gerar uma tendência em manter esse novo modelo de trabalho.
Conforme o próprio estudo, alguns benefícios e oportunidades já foram vistos com essa nova adaptação, como o aumento de produtividade (61% consideram como a mais importante, aliado a 52% dos entrevistados que afirmam que a produtividade aumentou com o modelo flexível), a expansão de mercados e clientes, redução de custos, tomada de decisão baseada em dados e a possibilidade de criar novos produtos e serviços.
Assim sendo, nota-se que as Micro, Pequenas e Médias empresas têm papel fundamental no cenário brasileiro, contribuindo de forma significativa para a economia, sociedade e tendências futuras de trabalho.